No momento, você está visualizando MANSUP: O Míssil Antinavio Nacional de Superfície da Marinha do Brasil
  • Categoria do post:Poderio Bélico
  • Autor do post:
  • Tempo de leitura:25 minutos de leitura
  • Última modificação do post:16/04/2025
Compartilhe este post:

O Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP), também conhecido como AV-RE40, é um dos projetos mais estratégicos da Marinha do Brasil (MB) e um marco no desenvolvimento da indústria de defesa nacional. Desenvolvido com tecnologia 100% brasileira, o MANSUP representa um esforço para alcançar autonomia tecnológica, reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros e posicionar o Brasil entre o seleto grupo de países capazes de produzir mísseis antinavio avançados.

Este artigo analisa detalhadamente as características técnicas, o desenvolvimento, os testes, as aplicações, o orçamento e as perspectivas futuras do MANSUP, com base nas informações mais recentes disponíveis.

Origem e Contexto do Projeto MANSUP

O programa MANSUP teve início no final da década de 2000, com o objetivo de substituir o míssil Exocet MM40, amplamente utilizado pela Marinha do Brasil, mas cuja dependência de tecnologia estrangeira limitava a soberania nacional. Inspirado no Exocet MM40 Block II, o MANSUP foi concebido para oferecer desempenho similar, com a vantagem de ser produzido localmente, a um custo reduzido e com potencial de exportação. O projeto é gerenciado pela Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha (DSAM) e envolve empresas nacionais de ponta, como Avibras, SIATT, Omnisys e a Fundação Ezute.

O investimento inicial, em 2011, foi de R$ 50 milhões, mas o custo total do projeto até 2019 já havia alcançado R$ 380 milhões, segundo fontes da imprensa. Esse valor reflete o desenvolvimento de protótipos, testes e a infraestrutura necessária para a produção. A parceria com o EDGE Group dos Emirados Árabes Unidos, iniciada em 2023, trouxe novos recursos e ampliou as perspectivas de comercialização internacional, com acordos estimados em US$ 300 milhões para a versão de alcance estendido (MANSUP-ER).

Características Técnicas do MANSUP

O MANSUP é um míssil antinavio superfície-superfície do tipo fire and forget, projetado para operar em todas as condições climáticas e atacar alvos marítimos móveis com alta precisão. Suas especificações técnicas incluem:

  • Dimensões: 5,6 metros de comprimento, 34,4 cm de diâmetro.
  • Peso: Aproximadamente 1 tonelada.
  • Velocidade: Transônica, alcançando 1.000 km/h (Mach 0,8) em menos de 7 segundos.
  • Alcance: 70 km na versão padrão; 200 km na versão MANSUP-ER, equipada com motor turbojato KTJ-3200 da empresa turca Kale Jet Engines.
  • Altitude de voo: Sea skimming (2 a 15 metros acima da superfície do mar), dificultando a detecção por radares inimigos.
  • Sistema de guiagem: Combinação de navegação inercial e radar ativo, com sistema de guiagem, navegação e controle (SGNC) desenvolvido pela SIATT.
  • Propulsão: Motor-foguete na versão padrão, desenvolvido pela Avibras; motor turbojato na versão MANSUP-ER.
  • Ogiva: Explosiva, com capacidade de causar danos significativos a navios de médio e grande porte. Nos testes, utiliza cabeça telemétrica para coletar dados de voo.

O míssil é composto por cinco seções principais: autodiretor (seeker), compartimento de vante, seção de telemetria, seção de motores e seção de ré. Sua compatibilidade com os lançadores MBDA ITL 70A B3 garante integração com navios já equipados para o Exocet, como as futuras fragatas da classe Tamandaré.

Desenvolvimento e Testes

O desenvolvimento do MANSUP começou formalmente em 2011, com a assinatura de contratos com a Avibras (propulsão), Mectron (posteriormente SIATT, para guiagem e telemetria), Omnisys (autodiretor) e Atech/Ezute (gestão do projeto). A primeira maquete foi apresentada na exposição Latin America Aero and Defence (LAAD) em 2011, marcando o início de um projeto ambicioso.

Cronologia dos Testes

  • 27 de novembro de 2018: Primeiro lançamento, a partir da corveta Barroso (V34), a 300 km do litoral do Rio de Janeiro. O teste validou subsistemas e identificou áreas para melhorias.
  • 20 de março de 2019: Segundo lançamento, da fragata Independência (F44), confirmando aprimoramentos no sistema de navegação e guiagem.
  • 10 de julho de 2019: Terceiro lançamento, também da Independência, focado em verificações adicionais via telemetria.
  • 20 de setembro de 2022: Quarto lançamento, da fragata Constituição (F42), parte da campanha de qualificação do lote piloto.
  • 27 de abril de 2023: Quinto lançamento, na região ao sul de Cabo Frio (RJ), testando versões atualizadas do computador de guiagem e altímetro. Envolveu as fragatas Liberal e União e aeronaves AH-11B Wild Lynx.
  • 21 de fevereiro de 2024: Sexto lançamento, com acerto no alvo, conforme relatado pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen.
  • 13 de setembro de 2024: Sétimo lançamento, da fragata Rademaker (F49), durante um exercício de afundamento (SINKEX) contra o ex-HMS Broadsword.
  • 17 de dezembro de 2024: Primeiro lançamento terrestre, a partir de uma viatura Astros II do Corpo de Fuzileiros Navais, no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), marcando a versatilidade do míssil como bateria costeira.

Esses testes demonstraram a evolução do MANSUP, com melhorias graduais em subsistemas como o SGNC e a propulsão. A Marinha planeja lançar 10 protótipos no total para qualificação, com conclusão prevista para o final de 2025, quando o míssil será declarado operacional.

Exemplos de Uso e Missões

O MANSUP é projetado para neutralizar alvos marítimos, como navios de guerra e embarcações de apoio, em cenários de guerra naval ou defesa costeira. Sua capacidade sea skimming e guiagem autônoma o tornam ideal para atacar alvos a longa distância, minimizando a exposição do navio lançador. Exemplos de missões incluem:

  1. Defesa da Amazônia Azul: Proteger os 8,5 milhões de km² da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira, rica em recursos naturais, contra ameaças navais.
  2. Guerra naval assimétrica: Neutralizar embarcações inimigas maiores, aproveitando a baixa detectabilidade do míssil.
  3. Defesa costeira: Com a integração ao sistema Astros II, o MANSUP pode ser usado por baterias costeiras para impedir aproximações de forças navais adversárias.
  4. Operações conjuntas: Em coordenação com outros meios, como aviões de patrulha P-3 Orion ou radares OTH (Over-the-Horizon), o MANSUP pode receber dados de alvos via data link, aumentando sua eficácia.
LEIA TAMBÉM:  Fragatas, Corvetas e Submarinos: Os Navios de Guerra da Marinha do Brasil

Um exemplo prático ocorreu no SINKEX de setembro de 2024, quando o MANSUP foi disparado contra o ex-HMS Broadsword, demonstrando sua capacidade de atingir alvos com precisão. A integração com as fragatas classe Tamandaré, previstas para entrar em serviço entre 2025 e 2028, será um marco, equipando cada navio com dois lançadores duplos MBDA ITL 70A B3.

Orçamento e Impacto Econômico

O orçamento do MANSUP reflete seu caráter estratégico. Até 2019, o projeto consumiu R$ 380 milhões, financiados pela Marinha e por créditos de compensação (offset) de contratos internacionais, como o da aquisição dos helicópteros H225M. A parceria com o EDGE Group, que adquiriu 50% da SIATT em 2023, trouxe um aporte significativo, com acordos de exportação avaliados em US$ 463 milhões (AED 1,702 bilhão) para as versões padrão e MANSUP-ER.

Além da redução de custos em comparação com a compra de mísseis estrangeiros, o MANSUP gera benefícios econômicos indiretos, como:

  • Geração de empregos: Centenas de engenheiros e técnicos brasileiros, formados em universidades nacionais, trabalham no projeto, fortalecendo a Base Industrial de Defesa.
  • Exportação: O acordo com a Abu Dhabi Ship Building (ADSB) para integrar o MANSUP aos navios RABDAN FA-400, assinado na Euronaval 2024, abre portas para mercados no Oriente Médio.
  • Sustentabilidade da produção: A exportação garante a continuidade das linhas de produção, já que a demanda interna da Marinha não seria suficiente.

Integração com Plataformas e Interoperabilidade

A versatilidade do MANSUP é um de seus maiores trunfos, permitindo sua integração a múltiplas plataformas navais, terrestres e, futuramente, aéreas. Essa interoperabilidade é essencial para maximizar o uso do míssil em diferentes cenários operacionais e reforçar a doutrina de defesa da Marinha do Brasil.

Plataformas Navais

O MANSUP foi projetado para compatibilidade com os lançadores MBDA ITL 70A B3, já utilizados pelos mísseis Exocet MM40 Block II/III. Isso facilita sua adoção em navios da Esquadra Brasileira, como:

  • Fragatas classe Tamandaré: As quatro fragatas, em construção pelo consórcio Águas Azuis (SPE), serão equipadas com lançadores duplos para até oito MANSUP por navio. A primeira unidade, Tamandaré, prevista para entrega em 2025, será o principal vetor do míssil.
  • Corvetas e fragatas legadas: Navios como a corveta Barroso (V34) e as fragatas classe Niterói (F40) já realizaram testes bem-sucedidos, garantindo a transição suave do Exocet para o MANSUP.
  • Futuras plataformas: A Marinha avalia a integração em navios-patrulha oceânicos (NaPaOc) e no futuro Navio de Apoio Antártico (NApAnt), ampliando o alcance do míssil em operações de longo alcance.

Plataformas Terrestres

O teste de lançamento terrestre em 17 de dezembro de 2024, a partir de uma viatura Astros II do Corpo de Fuzileiros Navais, marcou um avanço significativo. A integração com o sistema Astros, desenvolvido pela Avibras, permite o uso do MANSUP como bateria costeira, protegendo pontos estratégicos do litoral brasileiro, como portos, instalações petrolíferas e acessos à Amazônia Azul. Esse conceito, conhecido como Anti-Access/Area Denial (A2/AD), fortalece a dissuasão contra ameaças navais.

Interoperabilidade

O MANSUP é projetado para operar em conjunto com sistemas de comando e controle (C2) da Marinha, como o SICONTA (Sistema de Controle Tático e de Armas), presente nas fragatas classe Tamandaré. Ele pode receber dados de alvos de sensores externos, incluindo:

  • Radares navais, como o Artisan 3D das fragatas Tamandaré.
  • Aeronaves de patrulha P-3AM Orion, equipadas com sensores de longo alcance.
  • Radares Over-the-Horizon (OTH), em desenvolvimento para monitoramento da ZEE.

A interoperabilidade com sistemas aliados, como os da OTAN, também está sendo estudada, especialmente para facilitar exportações. O acordo com o EDGE Group prevê a integração do MANSUP aos navios RABDAN FA-400 dos Emirados Árabes Unidos, utilizando padrões internacionais de comunicação tática, como o Link 16.

A capacidade de operar em múltiplas plataformas reduz custos logísticos e aumenta a flexibilidade tática. Por exemplo, em um cenário hipotético de defesa costeira, uma bateria terrestre MANSUP poderia neutralizar uma fragata inimiga a 70 km, enquanto uma fragata classe Tamandaré, operando a 200 km com o MANSUP-ER, atacaria alvos logísticos no horizonte. Essa combinação amplia o alcance e a letalidade da Marinha, alinhando-se à estratégia de defesa em camadas.

Impacto na Base Industrial de Defesa e Transferência de Tecnologia

O desenvolvimento do MANSUP é um divisor de águas para a Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, promovendo inovação, capacitação técnica e transferência de tecnologia. O projeto envolveu mais de 200 empresas nacionais e centros de pesquisa, consolidando um ecossistema de defesa robusto.

Empresas e Papéis

  • Avibras: Responsável pelo motor-foguete da versão padrão e pela integração com o sistema Astros. A expertise da Avibras em propulsão sólida foi crucial para o desempenho do míssil.
  • SIATT (antiga Mectron): Desenvolveu o sistema de guiagem, navegação e controle (SGNC), além do radar ativo. A aquisição de 50% da SIATT pelo EDGE Group em 2023 trouxe capital e abriu mercados internacionais.
  • Omnisys: Forneceu o autodiretor (seeker) do míssil, baseado em tecnologia de radar de banda X, essencial para a precisão em ambientes com contramedidas eletrônicas.
  • Fundação Ezute/Atech: Gerenciou a integração de sistemas e a engenharia de requisitos, garantindo a coesão entre os subsistemas.
  • Centros acadêmicos: Instituições como o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a Universidade de São Paulo (USP) contribuíram com pesquisas em aerodinâmica e materiais compósitos.

Transferência de Tecnologia

O programa MANSUP incorporou lições aprendidas de projetos anteriores, como o míssil A-Darter, e incluiu acordos de offset com fornecedores estrangeiros. Por exemplo:

  • A transferência de tecnologia da MBDA, relacionada ao Exocet, permitiu o desenvolvimento do motor turbojato para o MANSUP-ER, em parceria com a turca Kale Jet Engines.
  • O acordo com o EDGE Group incluiu o compartilhamento de know-how em integração de sistemas navais, beneficiando a indústria brasileira com acesso a padrões globais.
LEIA TAMBÉM:  Armas Antissubmarino: Como a Marinha Detecta e Neutraliza Ameaças Submersas

Impacto Econômico e Social

O MANSUP gerou cerca de 1.200 empregos diretos e indiretos até 2024, segundo estimativas do Ministério da Defesa, com destaque para engenheiros e técnicos formados em universidades brasileiras. O projeto também estimulou a formação de recursos humanos, com programas de pós-graduação em engenharia aeroespacial e defesa financiados pela Marinha.

A exportação do MANSUP, especialmente para os Emirados Árabes Unidos, tem potencial para gerar receitas de US$ 500 milhões até 2030, segundo projeções da SIATT. Esses recursos podem ser reinvestidos na BID, financiando novos projetos, como o míssil superfície-ar (SAM) anunciado em 2025.

Mercado Global

O MANSUP tem potencial para atrair nações da América Latina, África e Oriente Médio, onde o custo é um fator decisivo. O sucesso do acordo com os Emirados Árabes Unidos, anunciado na Euronaval 2024, demonstra que o míssil pode competir em mercados dominados por potências tradicionais, como França e EUA.

Desafios

A dependência de componentes importados, como microeletrônicos, ainda é um obstáculo. A Marinha planeja nacionalizar 95% dos componentes até 2030, mas isso exige investimentos em semicondutores e cadeias de suprimento locais, áreas vulneráveis à volatilidade econômica.

Tabela Comparativa com Mísseis Antinavio Internacionais

A tabela inclui o MANSUP (versão padrão e MANSUP-ER) e os mísseis concorrentes mencionados: Exocet MM40 Block III, Harpoon Block II, NSM (Naval Strike Missile) e BrahMos. As informações são baseadas nos dados mais recentes disponíveis e foram organizadas para facilitar a comparação.

MíssilPaísAlcanceVelocidadeGuiagemCusto Estimado (por unidade)
MANSUP (Padrão)Brasil70 kmMach 0,8Radar ativo + navegação inercial~US$ 500 mil
MANSUP-ERBrasil200 kmMach 0,8Radar ativo + navegação inercial~US$ 800 mil
Exocet MM40 Block IIIFrança180 kmMach 0,9GPS/INS + radar ativo~US$ 3 milhões
Harpoon Block IIEUA124 kmMach 0,7Radar ativo + navegação inercial~US$ 1,5 milhão
NSM (Naval Strike Missile)Noruega185 kmMach 0,9Sensor infravermelho passivo + radar~US$ 2 milhões
BrahMosÍndia/Rússia300–500 kmMach 2,8 (supersônica)Radar ativo + GPS/INS~US$ 5 milhões

Análise de Vantagens e Limitações

O MANSUP (padrão) destaca-se pela produção nacional, baixo custo e integração com plataformas terrestres e navais, como o sistema Astros II e as fragatas classe Tamandaré, mas seu alcance de 70 km é limitado e carece de sensores híbridos (ex.: radar + infravermelho). O MANSUP-ER, com alcance de 200 km, compete diretamente com o Exocet e o NSM, oferecendo custo acessível e potencial de exportação, embora sua tecnologia ainda esteja em maturação e tenha alcance inferior a mísseis como o BrahMos.

O Exocet MM40 Block III possui maturidade operacional e capacidade limitada de ataque terrestre, mas seu alto custo (US$ 3 milhões) e dependência de manutenção estrangeira são desvantagens. O Harpoon Block II é amplamente interoperável com sistemas da OTAN, mas seu alcance (124 km) é inferior ao MANSUP-ER, e seu custo é menos competitivo para economias emergentes.

O NSM se destaca pelo design furtivo e resistência a contramedidas eletrônicas, mas seu preço (US$ 2 milhões) é elevado para mercados com orçamentos restritos. O BrahMos lidera em alcance (300–500 km) e velocidade (Mach 2,8), com alta letalidade, mas seu custo proibitivo (US$ 5 milhões), maior assinatura radar e complexidade logística limitam sua adoção em cenários de menor escala.

Notas Explicativas

  1. Alcance: O alcance do MANSUP padrão (70 km) é suficiente para cenários regionais, enquanto o MANSUP-ER (200 km) compete diretamente com Exocet e NSM. O BrahMos lidera com até 500 km, mas é mais adequado para conflitos de alta intensidade.
  2. Velocidade: O MANSUP e concorrentes como Exocet e NSM operam em velocidades transônicas, ideais para voo sea skimming. O BrahMos, supersônico, é mais rápido, mas menos furtivo.
  3. Guiagem: O MANSUP utiliza radar ativo e navegação inercial, eficaz contra a maioria dos alvos, mas carece de sensores híbridos (como o NSM). O Exocet e o BrahMos incorporam GPS para maior precisão.
  4. Custo: O MANSUP é significativamente mais acessível, tornando-o atraente para nações com orçamentos restritos, como países da América Latina e África.
  5. Vantagens e Limitações: O MANSUP se destaca pela autonomia tecnológica e baixo custo, mas sua tecnologia ainda está em consolidação, especialmente na versão ER. Concorrentes como Exocet e NSM oferecem maior maturidade, enquanto o BrahMos é voltado para cenários de guerra de alta escala.

Perspectivas Futuras: MANSUP-ER, MANAER e MAS

O MANSUP é o núcleo de uma família de mísseis em desenvolvimento, com variantes que ampliam sua versatilidade:

  • MANSUP-ER: Versão de alcance estendido (200 km), equipada com motor turbojato KTJ-3200. Foi apresentada no Dubai Air Show 2023 e já atraiu interesse dos Emirados Árabes Unidos.
  • MANAER: Variante lançada por aeronaves, em desenvolvimento desde 2014, com transferência de tecnologia da MBDA para o motor do Exocet AM39.
  • MAS: Míssil de ataque terrestre (land-attack missile), revelado em 2025, baseado nas tecnologias do MANSUP.

A integração com plataformas terrestres, como o Astros II, e a possível adaptação para submarinos (classe Riachuelo) e o futuro submarino nuclear Álvaro Alberto expandem o escopo do programa. Além disso, acordos assinados em fevereiro de 2025 com o EDGE Group e a SIATT preveem o desenvolvimento de mísseis superfície-ar (SAM) baseados no MANSUP, consolidando a família de armas.

Desafios e Críticas

Apesar dos avanços, o MANSUP enfrenta críticas quanto ao seu alcance de 70 km na versão padrão, considerado limitado frente a mísseis modernos com alcances superiores a 300 km. A versão MANSUP-ER busca endereçar essa questão, mas sua produção em larga escala depende de novos investimentos. Além disso, a complexidade de integrar o míssil a diferentes plataformas e a necessidade de radares avançados para designação de alvos em longas distâncias são desafios técnicos em curso.

O MANSUP é mais do que um míssil antinavio: é um símbolo da capacidade brasileira de desenvolver tecnologia de ponta e alcançar autonomia estratégica. Com testes bem-sucedidos, parcerias internacionais e uma família de mísseis em expansão, o programa está posicionando o Brasil como um player relevante no mercado global de defesa.

A conclusão de seu desenvolvimento em 2025 e a integração às fragatas classe Tamandaré marcarão um novo capítulo na história da Marinha do Brasil, reforçando sua missão de proteger a Amazônia Azul e os interesses nacionais.

Outros artigos para você:
Tanques Ativos do Exército Brasileiro: Tecnologias, Poder de Fogo e Operação
battle tank on green grass field during daytime

Os tanques desempenham um papel fundamental na estratégia de defesa e operações terrestres de qualquer exército moderno. No Brasil, os Ler mais

Caças Ativos da Força Aérea Brasileira: Tecnologia e Poder de Fogo

A Força Aérea Brasileira (FAB) desempenha um papel essencial na segurança e defesa nacional, especialmente em um país de dimensões Ler mais

O Arsenal de Elite do Exército Brasileiro: As Armas Mais Poderosas em Uso Militar

O Exército Brasileiro dispõe de um arsenal moderno e estratégico para garantir a defesa do território nacional e a soberania Ler mais

Fragatas, Corvetas e Submarinos: Os Navios de Guerra da Marinha do Brasil

A Marinha do Brasil é uma das mais importantes da América Latina, desempenhando um papel essencial na proteção da soberania Ler mais

Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários

Gabriel Taveira

Sou Gabriel Taveira, redator e entusiasta do mundo militar. Sempre fui fascinado por estratégia, aviação de combate e a rotina dos militares de elite. No Vida Militar, transformo esse interesse em conteúdo, trazendo informações detalhadas sobre treinamento, táticas, tecnologia e histórias que moldaram as forças armadas.