O Míssil Antinavio Nacional de Superfície (MANSUP), também conhecido como AV-RE40, é um dos projetos mais estratégicos da Marinha do Brasil (MB) e um marco no desenvolvimento da indústria de defesa nacional. Desenvolvido com tecnologia 100% brasileira, o MANSUP representa um esforço para alcançar autonomia tecnológica, reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros e posicionar o Brasil entre o seleto grupo de países capazes de produzir mísseis antinavio avançados.
Este artigo analisa detalhadamente as características técnicas, o desenvolvimento, os testes, as aplicações, o orçamento e as perspectivas futuras do MANSUP, com base nas informações mais recentes disponíveis.
Origem e Contexto do Projeto MANSUP
O programa MANSUP teve início no final da década de 2000, com o objetivo de substituir o míssil Exocet MM40, amplamente utilizado pela Marinha do Brasil, mas cuja dependência de tecnologia estrangeira limitava a soberania nacional. Inspirado no Exocet MM40 Block II, o MANSUP foi concebido para oferecer desempenho similar, com a vantagem de ser produzido localmente, a um custo reduzido e com potencial de exportação. O projeto é gerenciado pela Diretoria de Sistemas de Armas da Marinha (DSAM) e envolve empresas nacionais de ponta, como Avibras, SIATT, Omnisys e a Fundação Ezute.
O investimento inicial, em 2011, foi de R$ 50 milhões, mas o custo total do projeto até 2019 já havia alcançado R$ 380 milhões, segundo fontes da imprensa. Esse valor reflete o desenvolvimento de protótipos, testes e a infraestrutura necessária para a produção. A parceria com o EDGE Group dos Emirados Árabes Unidos, iniciada em 2023, trouxe novos recursos e ampliou as perspectivas de comercialização internacional, com acordos estimados em US$ 300 milhões para a versão de alcance estendido (MANSUP-ER).
Características Técnicas do MANSUP
O MANSUP é um míssil antinavio superfície-superfície do tipo fire and forget, projetado para operar em todas as condições climáticas e atacar alvos marítimos móveis com alta precisão. Suas especificações técnicas incluem:
- Dimensões: 5,6 metros de comprimento, 34,4 cm de diâmetro.
- Peso: Aproximadamente 1 tonelada.
- Velocidade: Transônica, alcançando 1.000 km/h (Mach 0,8) em menos de 7 segundos.
- Alcance: 70 km na versão padrão; 200 km na versão MANSUP-ER, equipada com motor turbojato KTJ-3200 da empresa turca Kale Jet Engines.
- Altitude de voo: Sea skimming (2 a 15 metros acima da superfície do mar), dificultando a detecção por radares inimigos.
- Sistema de guiagem: Combinação de navegação inercial e radar ativo, com sistema de guiagem, navegação e controle (SGNC) desenvolvido pela SIATT.
- Propulsão: Motor-foguete na versão padrão, desenvolvido pela Avibras; motor turbojato na versão MANSUP-ER.
- Ogiva: Explosiva, com capacidade de causar danos significativos a navios de médio e grande porte. Nos testes, utiliza cabeça telemétrica para coletar dados de voo.

O míssil é composto por cinco seções principais: autodiretor (seeker), compartimento de vante, seção de telemetria, seção de motores e seção de ré. Sua compatibilidade com os lançadores MBDA ITL 70A B3 garante integração com navios já equipados para o Exocet, como as futuras fragatas da classe Tamandaré.
Desenvolvimento e Testes
O desenvolvimento do MANSUP começou formalmente em 2011, com a assinatura de contratos com a Avibras (propulsão), Mectron (posteriormente SIATT, para guiagem e telemetria), Omnisys (autodiretor) e Atech/Ezute (gestão do projeto). A primeira maquete foi apresentada na exposição Latin America Aero and Defence (LAAD) em 2011, marcando o início de um projeto ambicioso.
Cronologia dos Testes
- 27 de novembro de 2018: Primeiro lançamento, a partir da corveta Barroso (V34), a 300 km do litoral do Rio de Janeiro. O teste validou subsistemas e identificou áreas para melhorias.
- 20 de março de 2019: Segundo lançamento, da fragata Independência (F44), confirmando aprimoramentos no sistema de navegação e guiagem.
- 10 de julho de 2019: Terceiro lançamento, também da Independência, focado em verificações adicionais via telemetria.
- 20 de setembro de 2022: Quarto lançamento, da fragata Constituição (F42), parte da campanha de qualificação do lote piloto.
- 27 de abril de 2023: Quinto lançamento, na região ao sul de Cabo Frio (RJ), testando versões atualizadas do computador de guiagem e altímetro. Envolveu as fragatas Liberal e União e aeronaves AH-11B Wild Lynx.
- 21 de fevereiro de 2024: Sexto lançamento, com acerto no alvo, conforme relatado pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen.
- 13 de setembro de 2024: Sétimo lançamento, da fragata Rademaker (F49), durante um exercício de afundamento (SINKEX) contra o ex-HMS Broadsword.
- 17 de dezembro de 2024: Primeiro lançamento terrestre, a partir de uma viatura Astros II do Corpo de Fuzileiros Navais, no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), marcando a versatilidade do míssil como bateria costeira.
Esses testes demonstraram a evolução do MANSUP, com melhorias graduais em subsistemas como o SGNC e a propulsão. A Marinha planeja lançar 10 protótipos no total para qualificação, com conclusão prevista para o final de 2025, quando o míssil será declarado operacional.
Exemplos de Uso e Missões
O MANSUP é projetado para neutralizar alvos marítimos, como navios de guerra e embarcações de apoio, em cenários de guerra naval ou defesa costeira. Sua capacidade sea skimming e guiagem autônoma o tornam ideal para atacar alvos a longa distância, minimizando a exposição do navio lançador. Exemplos de missões incluem:
- Defesa da Amazônia Azul: Proteger os 8,5 milhões de km² da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira, rica em recursos naturais, contra ameaças navais.
- Guerra naval assimétrica: Neutralizar embarcações inimigas maiores, aproveitando a baixa detectabilidade do míssil.
- Defesa costeira: Com a integração ao sistema Astros II, o MANSUP pode ser usado por baterias costeiras para impedir aproximações de forças navais adversárias.
- Operações conjuntas: Em coordenação com outros meios, como aviões de patrulha P-3 Orion ou radares OTH (Over-the-Horizon), o MANSUP pode receber dados de alvos via data link, aumentando sua eficácia.
Um exemplo prático ocorreu no SINKEX de setembro de 2024, quando o MANSUP foi disparado contra o ex-HMS Broadsword, demonstrando sua capacidade de atingir alvos com precisão. A integração com as fragatas classe Tamandaré, previstas para entrar em serviço entre 2025 e 2028, será um marco, equipando cada navio com dois lançadores duplos MBDA ITL 70A B3.
Orçamento e Impacto Econômico
O orçamento do MANSUP reflete seu caráter estratégico. Até 2019, o projeto consumiu R$ 380 milhões, financiados pela Marinha e por créditos de compensação (offset) de contratos internacionais, como o da aquisição dos helicópteros H225M. A parceria com o EDGE Group, que adquiriu 50% da SIATT em 2023, trouxe um aporte significativo, com acordos de exportação avaliados em US$ 463 milhões (AED 1,702 bilhão) para as versões padrão e MANSUP-ER.
Além da redução de custos em comparação com a compra de mísseis estrangeiros, o MANSUP gera benefícios econômicos indiretos, como:
- Geração de empregos: Centenas de engenheiros e técnicos brasileiros, formados em universidades nacionais, trabalham no projeto, fortalecendo a Base Industrial de Defesa.
- Exportação: O acordo com a Abu Dhabi Ship Building (ADSB) para integrar o MANSUP aos navios RABDAN FA-400, assinado na Euronaval 2024, abre portas para mercados no Oriente Médio.
- Sustentabilidade da produção: A exportação garante a continuidade das linhas de produção, já que a demanda interna da Marinha não seria suficiente.
Integração com Plataformas e Interoperabilidade
A versatilidade do MANSUP é um de seus maiores trunfos, permitindo sua integração a múltiplas plataformas navais, terrestres e, futuramente, aéreas. Essa interoperabilidade é essencial para maximizar o uso do míssil em diferentes cenários operacionais e reforçar a doutrina de defesa da Marinha do Brasil.
Plataformas Navais
O MANSUP foi projetado para compatibilidade com os lançadores MBDA ITL 70A B3, já utilizados pelos mísseis Exocet MM40 Block II/III. Isso facilita sua adoção em navios da Esquadra Brasileira, como:
- Fragatas classe Tamandaré: As quatro fragatas, em construção pelo consórcio Águas Azuis (SPE), serão equipadas com lançadores duplos para até oito MANSUP por navio. A primeira unidade, Tamandaré, prevista para entrega em 2025, será o principal vetor do míssil.
- Corvetas e fragatas legadas: Navios como a corveta Barroso (V34) e as fragatas classe Niterói (F40) já realizaram testes bem-sucedidos, garantindo a transição suave do Exocet para o MANSUP.
- Futuras plataformas: A Marinha avalia a integração em navios-patrulha oceânicos (NaPaOc) e no futuro Navio de Apoio Antártico (NApAnt), ampliando o alcance do míssil em operações de longo alcance.
Plataformas Terrestres
O teste de lançamento terrestre em 17 de dezembro de 2024, a partir de uma viatura Astros II do Corpo de Fuzileiros Navais, marcou um avanço significativo. A integração com o sistema Astros, desenvolvido pela Avibras, permite o uso do MANSUP como bateria costeira, protegendo pontos estratégicos do litoral brasileiro, como portos, instalações petrolíferas e acessos à Amazônia Azul. Esse conceito, conhecido como Anti-Access/Area Denial (A2/AD), fortalece a dissuasão contra ameaças navais.
Interoperabilidade
O MANSUP é projetado para operar em conjunto com sistemas de comando e controle (C2) da Marinha, como o SICONTA (Sistema de Controle Tático e de Armas), presente nas fragatas classe Tamandaré. Ele pode receber dados de alvos de sensores externos, incluindo:
- Radares navais, como o Artisan 3D das fragatas Tamandaré.
- Aeronaves de patrulha P-3AM Orion, equipadas com sensores de longo alcance.
- Radares Over-the-Horizon (OTH), em desenvolvimento para monitoramento da ZEE.
A interoperabilidade com sistemas aliados, como os da OTAN, também está sendo estudada, especialmente para facilitar exportações. O acordo com o EDGE Group prevê a integração do MANSUP aos navios RABDAN FA-400 dos Emirados Árabes Unidos, utilizando padrões internacionais de comunicação tática, como o Link 16.
A capacidade de operar em múltiplas plataformas reduz custos logísticos e aumenta a flexibilidade tática. Por exemplo, em um cenário hipotético de defesa costeira, uma bateria terrestre MANSUP poderia neutralizar uma fragata inimiga a 70 km, enquanto uma fragata classe Tamandaré, operando a 200 km com o MANSUP-ER, atacaria alvos logísticos no horizonte. Essa combinação amplia o alcance e a letalidade da Marinha, alinhando-se à estratégia de defesa em camadas.
Impacto na Base Industrial de Defesa e Transferência de Tecnologia
O desenvolvimento do MANSUP é um divisor de águas para a Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, promovendo inovação, capacitação técnica e transferência de tecnologia. O projeto envolveu mais de 200 empresas nacionais e centros de pesquisa, consolidando um ecossistema de defesa robusto.
Empresas e Papéis
- Avibras: Responsável pelo motor-foguete da versão padrão e pela integração com o sistema Astros. A expertise da Avibras em propulsão sólida foi crucial para o desempenho do míssil.
- SIATT (antiga Mectron): Desenvolveu o sistema de guiagem, navegação e controle (SGNC), além do radar ativo. A aquisição de 50% da SIATT pelo EDGE Group em 2023 trouxe capital e abriu mercados internacionais.
- Omnisys: Forneceu o autodiretor (seeker) do míssil, baseado em tecnologia de radar de banda X, essencial para a precisão em ambientes com contramedidas eletrônicas.
- Fundação Ezute/Atech: Gerenciou a integração de sistemas e a engenharia de requisitos, garantindo a coesão entre os subsistemas.
- Centros acadêmicos: Instituições como o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) e a Universidade de São Paulo (USP) contribuíram com pesquisas em aerodinâmica e materiais compósitos.
Transferência de Tecnologia
O programa MANSUP incorporou lições aprendidas de projetos anteriores, como o míssil A-Darter, e incluiu acordos de offset com fornecedores estrangeiros. Por exemplo:
- A transferência de tecnologia da MBDA, relacionada ao Exocet, permitiu o desenvolvimento do motor turbojato para o MANSUP-ER, em parceria com a turca Kale Jet Engines.
- O acordo com o EDGE Group incluiu o compartilhamento de know-how em integração de sistemas navais, beneficiando a indústria brasileira com acesso a padrões globais.
Impacto Econômico e Social
O MANSUP gerou cerca de 1.200 empregos diretos e indiretos até 2024, segundo estimativas do Ministério da Defesa, com destaque para engenheiros e técnicos formados em universidades brasileiras. O projeto também estimulou a formação de recursos humanos, com programas de pós-graduação em engenharia aeroespacial e defesa financiados pela Marinha.
A exportação do MANSUP, especialmente para os Emirados Árabes Unidos, tem potencial para gerar receitas de US$ 500 milhões até 2030, segundo projeções da SIATT. Esses recursos podem ser reinvestidos na BID, financiando novos projetos, como o míssil superfície-ar (SAM) anunciado em 2025.
Mercado Global
O MANSUP tem potencial para atrair nações da América Latina, África e Oriente Médio, onde o custo é um fator decisivo. O sucesso do acordo com os Emirados Árabes Unidos, anunciado na Euronaval 2024, demonstra que o míssil pode competir em mercados dominados por potências tradicionais, como França e EUA.
Desafios
A dependência de componentes importados, como microeletrônicos, ainda é um obstáculo. A Marinha planeja nacionalizar 95% dos componentes até 2030, mas isso exige investimentos em semicondutores e cadeias de suprimento locais, áreas vulneráveis à volatilidade econômica.
Tabela Comparativa com Mísseis Antinavio Internacionais
A tabela inclui o MANSUP (versão padrão e MANSUP-ER) e os mísseis concorrentes mencionados: Exocet MM40 Block III, Harpoon Block II, NSM (Naval Strike Missile) e BrahMos. As informações são baseadas nos dados mais recentes disponíveis e foram organizadas para facilitar a comparação.
Míssil | País | Alcance | Velocidade | Guiagem | Custo Estimado (por unidade) |
---|---|---|---|---|---|
MANSUP (Padrão) | Brasil | 70 km | Mach 0,8 | Radar ativo + navegação inercial | ~US$ 500 mil |
MANSUP-ER | Brasil | 200 km | Mach 0,8 | Radar ativo + navegação inercial | ~US$ 800 mil |
Exocet MM40 Block III | França | 180 km | Mach 0,9 | GPS/INS + radar ativo | ~US$ 3 milhões |
Harpoon Block II | EUA | 124 km | Mach 0,7 | Radar ativo + navegação inercial | ~US$ 1,5 milhão |
NSM (Naval Strike Missile) | Noruega | 185 km | Mach 0,9 | Sensor infravermelho passivo + radar | ~US$ 2 milhões |
BrahMos | Índia/Rússia | 300–500 km | Mach 2,8 (supersônica) | Radar ativo + GPS/INS | ~US$ 5 milhões |
Análise de Vantagens e Limitações
O MANSUP (padrão) destaca-se pela produção nacional, baixo custo e integração com plataformas terrestres e navais, como o sistema Astros II e as fragatas classe Tamandaré, mas seu alcance de 70 km é limitado e carece de sensores híbridos (ex.: radar + infravermelho). O MANSUP-ER, com alcance de 200 km, compete diretamente com o Exocet e o NSM, oferecendo custo acessível e potencial de exportação, embora sua tecnologia ainda esteja em maturação e tenha alcance inferior a mísseis como o BrahMos.
O Exocet MM40 Block III possui maturidade operacional e capacidade limitada de ataque terrestre, mas seu alto custo (US$ 3 milhões) e dependência de manutenção estrangeira são desvantagens. O Harpoon Block II é amplamente interoperável com sistemas da OTAN, mas seu alcance (124 km) é inferior ao MANSUP-ER, e seu custo é menos competitivo para economias emergentes.
O NSM se destaca pelo design furtivo e resistência a contramedidas eletrônicas, mas seu preço (US$ 2 milhões) é elevado para mercados com orçamentos restritos. O BrahMos lidera em alcance (300–500 km) e velocidade (Mach 2,8), com alta letalidade, mas seu custo proibitivo (US$ 5 milhões), maior assinatura radar e complexidade logística limitam sua adoção em cenários de menor escala.
Notas Explicativas
- Alcance: O alcance do MANSUP padrão (70 km) é suficiente para cenários regionais, enquanto o MANSUP-ER (200 km) compete diretamente com Exocet e NSM. O BrahMos lidera com até 500 km, mas é mais adequado para conflitos de alta intensidade.
- Velocidade: O MANSUP e concorrentes como Exocet e NSM operam em velocidades transônicas, ideais para voo sea skimming. O BrahMos, supersônico, é mais rápido, mas menos furtivo.
- Guiagem: O MANSUP utiliza radar ativo e navegação inercial, eficaz contra a maioria dos alvos, mas carece de sensores híbridos (como o NSM). O Exocet e o BrahMos incorporam GPS para maior precisão.
- Custo: O MANSUP é significativamente mais acessível, tornando-o atraente para nações com orçamentos restritos, como países da América Latina e África.
- Vantagens e Limitações: O MANSUP se destaca pela autonomia tecnológica e baixo custo, mas sua tecnologia ainda está em consolidação, especialmente na versão ER. Concorrentes como Exocet e NSM oferecem maior maturidade, enquanto o BrahMos é voltado para cenários de guerra de alta escala.
Perspectivas Futuras: MANSUP-ER, MANAER e MAS
O MANSUP é o núcleo de uma família de mísseis em desenvolvimento, com variantes que ampliam sua versatilidade:
- MANSUP-ER: Versão de alcance estendido (200 km), equipada com motor turbojato KTJ-3200. Foi apresentada no Dubai Air Show 2023 e já atraiu interesse dos Emirados Árabes Unidos.
- MANAER: Variante lançada por aeronaves, em desenvolvimento desde 2014, com transferência de tecnologia da MBDA para o motor do Exocet AM39.
- MAS: Míssil de ataque terrestre (land-attack missile), revelado em 2025, baseado nas tecnologias do MANSUP.
A integração com plataformas terrestres, como o Astros II, e a possível adaptação para submarinos (classe Riachuelo) e o futuro submarino nuclear Álvaro Alberto expandem o escopo do programa. Além disso, acordos assinados em fevereiro de 2025 com o EDGE Group e a SIATT preveem o desenvolvimento de mísseis superfície-ar (SAM) baseados no MANSUP, consolidando a família de armas.
Desafios e Críticas
Apesar dos avanços, o MANSUP enfrenta críticas quanto ao seu alcance de 70 km na versão padrão, considerado limitado frente a mísseis modernos com alcances superiores a 300 km. A versão MANSUP-ER busca endereçar essa questão, mas sua produção em larga escala depende de novos investimentos. Além disso, a complexidade de integrar o míssil a diferentes plataformas e a necessidade de radares avançados para designação de alvos em longas distâncias são desafios técnicos em curso.
O MANSUP é mais do que um míssil antinavio: é um símbolo da capacidade brasileira de desenvolver tecnologia de ponta e alcançar autonomia estratégica. Com testes bem-sucedidos, parcerias internacionais e uma família de mísseis em expansão, o programa está posicionando o Brasil como um player relevante no mercado global de defesa.
A conclusão de seu desenvolvimento em 2025 e a integração às fragatas classe Tamandaré marcarão um novo capítulo na história da Marinha do Brasil, reforçando sua missão de proteger a Amazônia Azul e os interesses nacionais.