O Porta-Helicópteros Atlântico (A140) é o maior e mais moderno navio da Marinha do Brasil. Adquirido do Reino Unido, esse navio desempenha um papel fundamental na defesa e na projeção de poder do país. Neste artigo, abordamos detalhadamente o planejamento de sua aquisição, custos, origem do nome, ano de fabricação, tecnologia embarcada, missões e comparações com embarcações semelhantes de outras nações.
Planejamento e Aquisição
O Porta-Helicópteros Atlântico foi adquirido pela Marinha do Brasil em 2018, como uma solução para substituir o porta-aviões NAe São Paulo, que havia sido desativado em 2017. O Atlântico, anteriormente chamado HMS Ocean (L12) na Royal Navy, já era uma embarcação consolidada em operações não apenas como navio de guerra, mas também em missões humanitárias.
Motivação para a Aquisição
- Necessidade de Modernização: A Marinha do Brasil buscava uma embarcação versátil, com foco em projeção de força e missões de resposta rápida.
- Custo-benefício: O Atlântico foi adquirido por aproximadamente £84 milhões (cerca de R$ 360 milhões à época), um valor consideravelmente baixo para um navio de suas capacidades, devido à sua procedência e condição de segunda mão.
Processo de Transferência
- Revisões e Modernizações: Antes da entrega ao Brasil, o navio passou por um extenso processo de revitalização realizado no Reino Unido, garantindo sua operacionalidade por mais 20 anos.
- Entrega: O Atlântico foi oficialmente incorporado à Marinha do Brasil em 25 de junho de 2018.
Origem do Nome
O nome Atlântico faz referência ao Oceano Atlântico, que banha toda a costa brasileira e é considerado estratégico para o país em termos de defesa, economia e recursos naturais. A escolha do nome simboliza a relação entre a Marinha do Brasil e a proteção de sua zona econômica exclusiva, além de reforçar a importância da Amazônia Azul.
A sigla A140 no nome do Porta-Helicópteros Atlântico é uma designação numérica atribuída pela Marinha do Brasil para identificar e categorizar a embarcação dentro de sua frota. Vamos entender o significado:
“A”
- A letra “A” indica a função do navio dentro da classificação da Marinha do Brasil. Nesse caso, a letra é usada para designar navios de apoio, como transporte de tropas, logística ou suporte aéreo.
“140”
- O número “140” é o identificador específico do navio na categoria de navios de apoio. Ele é único para essa embarcação, permitindo uma identificação clara e distinta dentro da frota da Marinha do Brasil.
A sigla A140 reflete a função de apoio logístico e operacional do Porta-Helicópteros Atlântico, destacando sua posição na hierarquia da Marinha. Esse tipo de nomenclatura segue padrões globais para facilitar a identificação e o comando da embarcação em contextos navais e operacionais.
Ano de Fabricação e Histórico Operacional
O Porta-Helicópteros Atlântico foi construído no Reino Unido pelo estaleiro Kvaerner Govan, em Glasgow, e entrou em serviço na Royal Navy como HMS Ocean em 1998. Durante seus 20 anos de operação na Royal Navy, participou de diversas missões internacionais, incluindo a intervenção na Líbia em 2011 e missões humanitárias no Caribe.
Tecnologia Embarcada
O Porta-Helicópteros Atlântico é equipado com tecnologia de ponta para realizar uma ampla gama de operações:
Sistemas de Propulsão e Desempenho
- Propulsão: Dois motores a diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200, permitindo uma velocidade máxima de 18 nós (33 km/h).
- Autonomia: Alcance de até 8.000 milhas náuticas (cerca de 15.000 km), tornando-o ideal para missões de longa duração.
Capacidades Aéreas
- Hangar e Convés: O navio pode operar até 18 helicópteros simultaneamente, incluindo modelos como o Super Cougar, Seahawk e os AH-11B Wild Lynx da Marinha do Brasil.
- Sistema de Movimentação: Elevadores e hangares projetados para transporte e manutenção de aeronaves.
Sistemas de Defesa
- Armamentos:
- Três sistemas de defesa de curto alcance Phalanx CIWS (Close-In Weapon System).
- Quatro canhões DS30M Mk2 de 30 mm.
- Sistemas de mísseis portáteis como o MANPADS.
- Tecnologia de Radar: Radar tridimensional capaz de detectar ameaças aéreas e de superfície.
Capacidades de Comando e Controle
- Centro de Comando modernizado com sistemas de comunicação e informação para operações conjuntas.
- Permite a coordenação de missões navais, aéreas e terrestres.
Missões Realizadas e Planejadas
Missões Realizadas
Desde sua incorporação à Marinha do Brasil, o Atlântico desempenhou papéis cruciais, como:
- Operações Conjuntas: Participação em exercícios multinacionais, como a UNITAS e a Operação Dragão.
- Missões Humanitárias: Apoio a regiões afetadas por desastres naturais.
- Treinamento e Projeção de Poder: Exercícios que reforçam a capacidade de resposta rápida da Marinha.
Planejamento Futuro
- Amazônia Azul: Monitoramento e proteção da extensa zona econômica exclusiva brasileira.
- Operações de Paz: Apoio logístico em missões internacionais sob a bandeira da ONU.
Comparativos com Navios de Outras Nações
HMS Queen Elizabeth (Reino Unido)
- O Queen Elizabeth é maior e projetado como porta-aviões convencional, enquanto o Atlântico foca em operações de helicópteros e apoio anfíbio.
- Custo estimado do Queen Elizabeth: £3 bilhões.
USS Wasp (Estados Unidos)
- Semelhante em missão ao Atlântico, o USS Wasp é um navio de assalto anfíbio com maior capacidade de transporte de tropas e operações de aeronaves de decolagem curta.
Juan Carlos I (Espanha)
- O Juan Carlos I combina funções de porta-helicópteros e porta-aviões leve, com capacidade para operar aeronaves de decolagem vertical, como o F-35B.
- Custo estimado: € 462 milhões.
O Porta-Helicópteros Atlântico (A140) representa um marco na modernização da Marinha do Brasil. Com uma combinação de tecnologia avançada, versatilidade e custo acessível, ele é essencial para a projeção de poder e defesa do país.
Comparado a navios de outras nações, destaca-se pelo custo-benefício e sua capacidade de atender a diversas missões, desde operações humanitárias até a defesa da Amazônia Azul.