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  • Última modificação do post:19/03/2025
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O Porta-Helicópteros Atlântico (A140) é o maior e mais moderno navio da Marinha do Brasil. Adquirido do Reino Unido, esse navio desempenha um papel fundamental na defesa e na projeção de poder do país. Neste artigo, abordamos detalhadamente o planejamento de sua aquisição, custos, origem do nome, ano de fabricação, tecnologia embarcada, missões e comparações com embarcações semelhantes de outras nações.

Planejamento e Aquisição do Porta-Helicópteros Atlântico

O Porta-Helicópteros Multipropósito Atlântico (A140) foi incorporado à Marinha do Brasil em 2018, como parte de um esforço para modernizar a frota e substituir o porta-aviões NAe São Paulo, que foi desativado em 2017 devido a problemas estruturais e altos custos de manutenção.

A aquisição do Atlântico marcou uma importante renovação da capacidade da Marinha, trazendo um navio versátil e de alta capacidade operacional, adequado tanto para operações de guerra anfíbia quanto para missões humanitárias e resposta a desastres.

O navio, anteriormente chamado HMS Ocean (L12), operava na Royal Navy (Marinha do Reino Unido) e já possuía um histórico consolidado de missões internacionais. Sua transferência ao Brasil representou uma oportunidade estratégica, combinando custo-benefício e capacidade de projeção de força.

Motivação para a Aquisição

A compra do PHM Atlântico atendeu a diversas necessidades operacionais e estratégicas da Marinha do Brasil, que buscava reforçar sua presença no Atlântico Sul e modernizar sua capacidade de operações anfíbias e aeronaval.

1. Necessidade de Modernização da Frota

  • A Marinha do Brasil precisava de uma embarcação capaz de realizar operações expedicionárias, transporte de tropas, comando e controle, além de desempenhar papel crucial em missões de paz e ajuda humanitária.
  • O Atlântico oferece uma solução mais versátil e econômica do que um porta-aviões tradicional, sendo capaz de operar uma grande variedade de helicópteros e embarcações de desembarque.

2. Custo-benefício e Condição do Navio

  • O Atlântico foi adquirido por aproximadamente £84 milhões (cerca de R$ 360 milhões na época), um valor considerado significativamente baixo para um navio de suas dimensões e capacidades.
  • O custo reduzido se deve ao fato de ser um navio de segunda mão, mas ainda em excelentes condições operacionais e recentemente modernizado pela Marinha britânica.
  • A estimativa de vida útil restante do navio era de pelo menos mais 20 anos, o que justificou o investimento.

3. Capacidade Multipropósito e Flexibilidade Operacional

  • O Atlântico pode ser utilizado em operações militares, missões humanitárias, evacuação de civis e suporte a operações de resgate em grande escala.
  • Sua capacidade de transporte permite desembarque rápido de tropas e veículos blindados por meio de helicópteros e embarcações de desembarque.

A escolha do Atlântico como substituto do NAe São Paulo foi baseada na análise da necessidade estratégica da Marinha, optando-se por um navio multifuncional ao invés de um porta-aviões convencional.

Processo de Transferência e Modernização

Após a decisão de compra, o Atlântico passou por uma série de revisões e adaptações antes de sua incorporação à Marinha do Brasil.

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1. Revisões e Melhorias Técnicas

  • O navio foi submetido a um extenso processo de revitalização no Reino Unido, garantindo que estivesse em plena capacidade operacional antes da entrega ao Brasil.
  • As principais intervenções incluíram revisão dos motores, modernização de sistemas eletrônicos, inspeção estrutural e substituição de equipamentos essenciais.
  • Essa etapa assegurou que o Atlântico pudesse operar por pelo menos mais duas décadas sem a necessidade de grandes reformas.

2. Treinamento da Tripulação Brasileira

  • Antes da incorporação oficial, oficiais e marinheiros brasileiros foram enviados ao Reino Unido para treinamento específico no novo navio.
  • A equipe aprendeu a operar todos os sistemas de navegação, defesa, aviação embarcada e logística do Atlântico, garantindo uma transição eficiente e segura para a Marinha do Brasil.

3. Incorporação Oficial à Frota Brasileira

  • O Porta-Helicópteros Atlântico foi oficialmente entregue à Marinha do Brasil em 25 de junho de 2018, em cerimônia realizada no Reino Unido.
  • Após a incorporação, o navio seguiu viagem rumo ao Brasil, sendo recebido em cerimônia oficial no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.

Impacto e Importância do Atlântico para a Defesa Nacional

Com a incorporação do PHM Atlântico, a Marinha do Brasil fortaleceu sua capacidade de operações navais e projeção de poder. O navio tornou-se a maior embarcação da frota brasileira e um dos principais ativos estratégicos do país.

Entre seus principais impactos estão:

  • Reforço na capacidade de defesa e operações conjuntas – O Atlântico permite operações combinadas com forças terrestres e aéreas, ampliando a flexibilidade da Marinha.
  • Projeção de força e presença no Atlântico Sul – A embarcação garante uma resposta rápida a crises regionais e ameaças à soberania nacional.
  • Apoio a missões humanitárias e operações de resgate – O navio pode ser utilizado para evacuações em larga escala, transporte de suprimentos e atendimento a emergências, como desastres naturais e crises internacionais.
  • Treinamento e interoperabilidade – Com sua infraestrutura moderna, o Atlântico permite treinamento avançado de tropas, exercícios conjuntos e simulações de combate anfíbio.

A aquisição do Atlântico representou uma solução estratégica para a modernização da Marinha, garantindo uma embarcação capaz de operar em múltiplos cenários e com excelente relação custo-benefício.

A compra do Porta-Helicópteros Atlântico foi uma decisão estratégica da Marinha do Brasil, garantindo a substituição do NAe São Paulo por um navio mais versátil, moderno e funcional. Com sua capacidade multipropósito, projeção de força e custo acessível, o Atlântico se tornou um dos principais ativos da esquadra brasileira.

O processo de transferência e modernização assegurou que o navio chegasse ao Brasil totalmente operacional, pronto para cumprir missões militares, humanitárias e de defesa nacional. Seu impacto reforça a importância da Marinha na segurança marítima do país, consolidando a presença do Brasil como uma força relevante no cenário naval internacional.

Origem do Nome

O nome Atlântico faz referência ao Oceano Atlântico, que banha toda a costa brasileira e é considerado estratégico para o país em termos de defesa, economia e recursos naturais. A escolha do nome simboliza a relação entre a Marinha do Brasil e a proteção de sua zona econômica exclusiva, além de reforçar a importância da Amazônia Azul.

A sigla A140 no nome do Porta-Helicópteros Atlântico é uma designação numérica atribuída pela Marinha do Brasil para identificar e categorizar a embarcação dentro de sua frota. Vamos entender o significado:

“A”

  • A letra “A” indica a função do navio dentro da classificação da Marinha do Brasil. Nesse caso, a letra é usada para designar navios de apoio, como transporte de tropas, logística ou suporte aéreo.
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“140”

  • O número “140” é o identificador específico do navio na categoria de navios de apoio. Ele é único para essa embarcação, permitindo uma identificação clara e distinta dentro da frota da Marinha do Brasil.

A sigla A140 reflete a função de apoio logístico e operacional do Porta-Helicópteros Atlântico, destacando sua posição na hierarquia da Marinha. Esse tipo de nomenclatura segue padrões globais para facilitar a identificação e o comando da embarcação em contextos navais e operacionais.

Ano de Fabricação e Histórico Operacional

O Porta-Helicópteros Atlântico foi construído no Reino Unido pelo estaleiro Kvaerner Govan, em Glasgow, e entrou em serviço na Royal Navy como HMS Ocean em 1998. Durante seus 20 anos de operação na Royal Navy, participou de diversas missões internacionais, incluindo a intervenção na Líbia em 2011 e missões humanitárias no Caribe.

Tecnologia Embarcada

O Porta-Helicópteros Atlântico é equipado com tecnologia de ponta para realizar uma ampla gama de operações:

Sistemas de Propulsão e Desempenho

  • Propulsão: Dois motores a diesel Crossley Pielstick 16 PC2.6 V 200, permitindo uma velocidade máxima de 18 nós (33 km/h).
  • Autonomia: Alcance de até 8.000 milhas náuticas (cerca de 15.000 km), tornando-o ideal para missões de longa duração.

Capacidades Aéreas

  • Hangar e Convés: O navio pode operar até 18 helicópteros simultaneamente, incluindo modelos como o Super Cougar, Seahawk e os AH-11B Wild Lynx da Marinha do Brasil.
  • Sistema de Movimentação: Elevadores e hangares projetados para transporte e manutenção de aeronaves.

Sistemas de Defesa

  • Armamentos:
    • Três sistemas de defesa de curto alcance Phalanx CIWS (Close-In Weapon System).
    • Quatro canhões DS30M Mk2 de 30 mm.
    • Sistemas de mísseis portáteis como o MANPADS.
  • Tecnologia de Radar: Radar tridimensional capaz de detectar ameaças aéreas e de superfície.

Capacidades de Comando e Controle

  • Centro de Comando modernizado com sistemas de comunicação e informação para operações conjuntas.
  • Permite a coordenação de missões navais, aéreas e terrestres.

Missões Realizadas e Planejadas

Missões Realizadas

Desde sua incorporação à Marinha do Brasil, o Atlântico desempenhou papéis cruciais, como:

  • Operações Conjuntas: Participação em exercícios multinacionais, como a UNITAS e a Operação Dragão.
  • Missões Humanitárias: Apoio a regiões afetadas por desastres naturais.
  • Treinamento e Projeção de Poder: Exercícios que reforçam a capacidade de resposta rápida da Marinha.

Planejamento Futuro

  • Amazônia Azul: Monitoramento e proteção da extensa zona econômica exclusiva brasileira.
  • Operações de Paz: Apoio logístico em missões internacionais sob a bandeira da ONU.

Comparativos com Navios de Outras Nações

HMS Queen Elizabeth (Reino Unido)

  • O Queen Elizabeth é maior e projetado como porta-aviões convencional, enquanto o Atlântico foca em operações de helicópteros e apoio anfíbio.
  • Custo estimado do Queen Elizabeth: £3 bilhões.

USS Wasp (Estados Unidos)

  • Semelhante em missão ao Atlântico, o USS Wasp é um navio de assalto anfíbio com maior capacidade de transporte de tropas e operações de aeronaves de decolagem curta.

Juan Carlos I (Espanha)

  • O Juan Carlos I combina funções de porta-helicópteros e porta-aviões leve, com capacidade para operar aeronaves de decolagem vertical, como o F-35B.
  • Custo estimado: € 462 milhões.

O Porta-Helicópteros Atlântico (A140) representa um marco na modernização da Marinha do Brasil. Com uma combinação de tecnologia avançada, versatilidade e custo acessível, ele é essencial para a projeção de poder e defesa do país.

Comparado a navios de outras nações, destaca-se pelo custo-benefício e sua capacidade de atender a diversas missões, desde operações humanitárias até a defesa da Amazônia Azul.

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Gabriel Taveira

Sou Gabriel Taveira, redator e entusiasta do mundo militar. Sempre fui fascinado por estratégia, aviação de combate e a rotina dos militares de elite. No Vida Militar, transformo esse interesse em conteúdo, trazendo informações detalhadas sobre treinamento, táticas, tecnologia e histórias que moldaram as forças armadas.