A Venezuela possui uma das maiores Forças Armadas da América Latina, contando com um arsenal diversificado de equipamentos adquiridos ao longo das últimas décadas. O país investiu significativamente em armas provenientes de países como Rússia, China e Irã, fortalecendo seu exército, marinha e força aérea.
Neste artigo, analisamos em detalhes os principais caças, tanques, sistemas de artilharia e outras armas relevantes das Forças Armadas da Venezuela. Ao final, comparamos esse arsenal com as armas das Forças Armadas Brasileiras.
1. Força Aérea Venezuelana
Caças Sukhoi Su-30MK2
- Ano de Fabricação: 2004.
- Origem: Rússia.
- Quantidade: 24 unidades operacionais.
- Especificações:
- Velocidade máxima: 2.125 km/h (Mach 2).
- Raio de combate: 1.500 km.
- Armamento: Mísseis ar-ar (R-77 e R-73), mísseis ar-superfície (Kh-29) e bombas guiadas.
- Capacidades: Reconhecido por sua versatilidade em operações de superioridade aérea e ataque ao solo, é a principal aeronave da Venezuela em termos de defesa aérea.
Caças F-16A/B Fighting Falcon
- Ano de Fabricação: 1983.
- Origem: Estados Unidos.
- Quantidade: Cerca de 21 unidades adquiridas antes do embargo americano.
- Especificações:
- Velocidade máxima: 2.120 km/h (Mach 2).
- Raio de combate: 1.370 km.
- Armamento: Mísseis AIM-9 Sidewinder e bombas não guiadas.
- Situação Atual: Com dificuldades para manutenção devido às sanções, muitos estão fora de operação ou com capacidade reduzida.
Helicópteros Mi-35M Hind-E
- Ano de Fabricação: 2006.
- Origem: Rússia.
- Quantidade: 10 unidades.
- Funções:
- Ataque ao solo e suporte às tropas terrestres.
- Transporte de tropas (capacidade para 8 soldados).
- Armamento: Canhões de 23 mm, mísseis antitanque e foguetes não guiados.
2. Exército Venezuelano
Tanques T-72B1V
- Ano de Fabricação: 2011.
- Origem: Rússia.
- Quantidade: Cerca de 192 unidades.
- Especificações:
- Peso: 44 toneladas.
- Armamento: Canhão principal de 125 mm, metralhadora coaxial de 7,62 mm e metralhadora antiaérea de 12,7 mm.
- Proteção: Blindagem reativa explosiva (ERA) para defesa contra mísseis antitanque.
- Capacidades: Capaz de operar em terrenos diversos, é o principal tanque de batalha da Venezuela.
Veículos de Combate BMP-3
- Ano de Fabricação: 1987.
- Origem: Rússia.
- Quantidade: 123 unidades.
- Funções:
- Transporte de infantaria blindada.
- Apoio de fogo em combate.
- Armamento: Canhão de 100 mm, canhão automático de 30 mm e metralhadora de 7,62 mm.
Sistemas de Artilharia BM-21 Grad
- Ano de Fabricação: 1963.
- Origem: Rússia.
- Quantidade: Cerca de 30 unidades.
- Especificações:
- Calibre: 122 mm.
- Capacidade: 40 foguetes por lançador.
- Alcance: Até 40 km.
- Uso: Saturar grandes áreas inimigas com foguetes de alta explosão, sendo eficaz em guerras convencionais.
Fuzis AK-103
- Ano de Fabricação: 1994.
- Origem: Rússia.
- Quantidade: Produção local licenciada e milhares em uso.
- Especificações:
- Calibre: 7,62×39 mm.
- Cadência: 600 tiros por minuto.
- Uso: Padrão para as tropas venezuelanas, devido à confiabilidade e poder de penetração.
3. Defesa Antiaérea
Sistema S-125 Pechora-2M
- Ano de Fabricação: 1961 (modernizado em 2000).
- Origem: Rússia.
- Capacidades:
- Projetado para interceptar aeronaves e mísseis a baixa e média altitude.
- Alcance de até 35 km.
Sistema Buk-M2E
- Ano de Fabricação: 1988 (modernizado em 2008).
- Origem: Rússia.
- Especificações:
- Alcance: Até 45 km.
- Capacidade: Destruir aeronaves, mísseis de cruzeiro e drones.
ZSU-23-4 Shilka
- Ano de Fabricação: 1965.
- Origem: União Soviética.
- Função: Artilharia antiaérea automática.
- Especificações:
- Canhões de 23 mm com alta cadência de tiro.
- Eficaz contra aeronaves de baixa altitude e alvos terrestres leves.
4. Marinha Venezuelana
Submarinos Classe Type 209/1300
- Ano de Fabricação: 1971.
- Origem: Alemanha.
- Quantidade: 2 unidades operacionais.
- Especificações:
- Deslocamento: 1.285 toneladas submerso.
- Armamento: Tubos de torpedos para ataque a navios e submarinos inimigos.
Fragatas Classe Lupo
- Ano de Fabricação: 1976.
- Origem: Itália.
- Quantidade: 6 unidades.
- Especificações:
- Armamento: Canhões de 127 mm, mísseis antinavio Otomat e sistemas antiaéreos Aspide.
- Capacidade: Operações de patrulha e defesa de longo alcance.
Comparativo com o Exército Brasileiro
Efetivo Militar
- Venezuela: Possui aproximadamente 123.000 militares na ativa, incluindo Exército, Marinha e Força Aérea.
- Brasil: Conta com cerca de 360.000 militares na ativa, sendo um dos maiores efetivos da América Latina.
Força Aérea
- Brasil: Destaca-se pelos caças Gripen E/F (F-39), que possuem tecnologias de última geração, como radar AESA e sistemas de guerra eletrônica, oferecendo maior precisão e conectividade.
- Venezuela: Os Sukhoi Su-30MK2 possuem grande poder de fogo, mas são tecnologicamente inferiores aos Gripen.
Tanques
- Brasil: Utiliza o Leopard 1A5, que é confiável, mas possui blindagem e armamento inferiores aos T-72B1V venezuelanos.
- Venezuela: Os T-72B1V são mais modernos e contam com blindagem reativa, garantindo maior sobrevivência em combate.
Artilharia
- Brasil: O sistema ASTROS II, com foguetes de longo alcance e mísseis AV-TM 300, supera os sistemas BM-21 Grad em alcance e precisão.
- Venezuela: Focado em saturar áreas, o BM-21 é eficiente, mas menos sofisticado que o ASTROS.
Defesa Antiaérea
- Brasil: Possui sistemas como o Igla-S (portátil) e o futuro Sistemas de Mísseis de Defesa Aérea em desenvolvimento.
- Venezuela: Com sistemas como o Buk-M2E, possui uma defesa antiaérea mais robusta.
Conclusão
As Forças Armadas da Venezuela possuem um arsenal robusto e diversificado, com ênfase em equipamentos de origem russa que destacam tanques modernos, sistemas de defesa antiaérea eficazes e caças potentes como o Sukhoi Su-30MK2. Esses equipamentos são projetados para garantir a soberania e atuar em diferentes cenários de defesa, especialmente em relação às fronteiras e à infraestrutura estratégica do país.
Por outro lado, o Brasil investe em soluções tecnológicas mais avançadas e integradas, como o Gripen E/F, que oferece superioridade em sistemas de combate aéreo, e o ASTROS II, um sistema de artilharia de foguetes com alcance e precisão superiores. A diferença entre os dois países reflete não apenas as prioridades militares, mas também os contextos geopolíticos e financeiros de cada nação.
Enquanto a Venezuela foca em manter uma capacidade robusta e estática, o Brasil prioriza flexibilidade e integração em um cenário de defesa mais moderno e dinâmico. Essa abordagem permite ao Brasil adaptar-se melhor a desafios contemporâneos, enquanto a Venezuela enfrenta limitações tecnológicas e operacionais decorrentes de sanções internacionais e restrições financeiras.