Salários dos Militares em 2025 no Brasil: comparativo por Estado

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O serviço militar no Brasil é uma carreira de grande prestígio, responsabilidade e dedicação. A remuneração dos militares, tanto das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) quanto das Forças Auxiliares (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares estaduais), é um tema de interesse público e passa por atualizações periódicas que visam acompanhar a inflação e valorizar a dedicação desses profissionais.

A estrutura remuneratória segue a legislação vigente, composta pelo soldo (vencimento básico) e diversos adicionais que, juntos, formam o salário final.

É crucial entender que a remuneração militar é diferente do salário do setor privado. Ela é composta por parcelas fixas (o soldo, que é a base para o cálculo de outras parcelas) e parcelas variáveis (adicionais e gratificações), além de um sistema de benefícios e pensões.

Remuneração das Forças Armadas

As Forças Armadas (Exército Brasileiro, Marinha do Brasil e Força Aérea Brasileira) têm uma tabela de remuneração unificada em nível federal. A lei que rege essa estrutura é a Lei nº 13.954/2019, que consolidou as regras de remuneração e reestruturou a carreira militar federal.

Embora o governo federal promova ajustes anuais no soldo (vencimento básico), a tabela de 2025 deve manter a estrutura de postos e graduações, com valores que refletem o nível de responsabilidade e a hierarquia.

Os militares das Forças Armadas são organizados em dois grandes grupos: Oficiais e Praças. Entre os oficiais, temos desde aspirantes e tenentes até generais de Exército, almirantes de esquadra e brigadeiros-do-ar. Já as praças englobam soldados, cabos, sargentos e suboficiais/subtenentes.

Em 2025, a remuneração dos militares federais sofreu atualizações previstas em lei, acompanhando a política de reajustes escalonados. Os valores aproximados são:

  • Soldado recruta: R$ 1.800,00 a R$ 2.000,00 (considerando benefícios).
  • Cabo: R$ 2.800,00 a R$ 3.200,00.
  • 3º Sargento: R$ 5.200,00 a R$ 5.800,00.
  • Subtenente/Suboficial: R$ 8.200,00 a R$ 9.000,00.
  • Aspirante a Oficial: R$ 7.000,00 a R$ 7.800,00.
  • 1º Tenente: R$ 9.800,00 a R$ 10.500,00.
  • Capitão: R$ 12.000,00 a R$ 13.200,00.
  • Major: R$ 14.000,00 a R$ 15.500,00.
  • Coronel: R$ 19.000,00 a R$ 21.000,00.
  • General de Exército/Almirante de Esquadra/Tenente-Brigadeiro: acima de R$ 30.000,00.

Vale destacar que esses valores variam de acordo com adicionais de habilitação (que podem somar até 30% a 70% do soldo) e missões específicas, como em operações internacionais de paz ou em áreas de fronteira.

Salários das Forças Auxiliares (Polícias e Bombeiros Militares)

Cada estado brasileiro tem autonomia para definir os salários dos policiais militares e bombeiros militares. Isso significa que há uma diferença significativa de vencimentos entre as unidades da federação. Em estados com maior arrecadação, como São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro, os salários costumam ser mais altos. Já em estados do Norte e Nordeste, os vencimentos são proporcionalmente menores.

Exemplos de salários estaduais em 2025:

  • São Paulo (PMESP e CBMESP)
    • Soldado: R$ 5.100,00
    • Cabo: R$ 6.200,00
    • 3º Sargento: R$ 8.300,00
    • Capitão: R$ 16.000,00
  • Distrito Federal (PMDF e CBMDF)
    • Soldado: R$ 6.200,00
    • Cabo: R$ 7.000,00
    • 1º Tenente: R$ 13.500,00
    • Major: R$ 20.000,00
  • Minas Gerais (PMMG e CBMMG)
    • Soldado: R$ 4.600,00
    • Cabo: R$ 5.700,00
    • Sargento: R$ 7.800,00
    • Capitão: R$ 14.000,00
  • Rio de Janeiro (PMERJ e CBMERJ)
    • Soldado: R$ 4.200,00
    • Cabo: R$ 5.400,00
    • 3º Sargento: R$ 7.000,00
    • Capitão: R$ 13.000,00
  • Bahia (PMBA e CBMBA)
    • Soldado: R$ 3.900,00
    • Cabo: R$ 4.600,00
    • 3º Sargento: R$ 6.500,00
    • Capitão: R$ 11.500,00
  • Amazonas (PMAM e CBMAM)
    • Soldado: R$ 4.000,00
    • Cabo: R$ 5.000,00
    • Sargento: R$ 6.800,00
    • Capitão: R$ 12.000,00

Esses exemplos demonstram como os salários podem variar significativamente entre estados. Enquanto em Brasília um soldado pode receber mais de R$ 6.000, em alguns estados do Norte ou Nordeste o mesmo posto pode receber pouco menos de R$ 4.000.

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Para verificar a tabela oficial e a legislação vigente, é recomendável consultar o Portal do Ministério da Defesa ou os sites oficiais de cada Força (Exército, Marinha e Aeronáutica).

Estrutura da Remuneração Federal:

  1. Soldo: É o valor base, o ponto de partida para todos os cálculos. O soldo de um General de Exército, Almirante de Esquadra ou Tenente-Brigadeiro é o mais alto, enquanto o de um Soldado Engajado ou Marinheiro é o inicial da carreira.
  2. Adicional Militar: Percentual calculado sobre o soldo, pago a todos os militares, variando conforme o posto ou graduação.
  3. Adicional de Habilitação: Varia de acordo com o curso de formação e aperfeiçoamento que o militar possui (Formação, Aperfeiçoamento, Altos Estudos Categoria I e II, etc.). Este adicional é um dos mais significativos, incentivando a qualificação.
  4. Adicional de Compensação por Disponibilidade Militar: Criado pela reestruturação de 2019, é um percentual significativo sobre o soldo que visa compensar a disponibilidade permanente e a dedicação exclusiva exigidas pela carreira.
  5. Adicional de Tempo de Serviço: Para quem ingressou antes da Lei nº 13.954/2019, que o extinguiu para novos ingressos.

Benefícios e Possíveis Adicionais:

  • Gratificação de Localidade Especial (GLE): Paga a militares que servem em regiões inóspitas, de difícil acesso ou com condições precárias de vida (como fronteiras remotas).
  • Ajuda de Custo: Concedida para despesas de mudança quando há transferência de cidade por interesse do serviço.
  • Diárias: Para despesas de alimentação e hospedagem quando em missão ou serviço fora de sua sede.
  • Adicional de Compensação Orgânica: Para militares com atividades especiais, como voo, submarino, salto, etc.

Remuneração das Forças Auxiliares (Polícias e Bombeiros Militares) por Estado

Diferentemente das Forças Armadas, a remuneração dos Policias Militares (PM) e Corpos de Bombeiros Militares (CBM) é de responsabilidade de cada Estado e do Distrito Federal. Isso gera uma grande variação salarial entre as unidades da federação. Cada estado tem sua própria legislação e tabela de subsídio ou vencimento, sujeita a reajustes e negociações com os governos estaduais.

Os valores abaixo são estimativas e pontos de partida (salário inicial ou soldo), pois o valor final (com gratificações estaduais) pode ser significativamente maior.

Região Posto/Graduação Inicial Estado (Exemplo) Remuneração Inicial Estimada (2024/2025)
Norte Soldado de 2ª Classe / Aluno-Soldado Acre (AC) R$ 3.000 a R$ 4.000
Soldado de 2ª Classe / Aluno-Soldado Pará (PA) R$ 4.000 a R$ 5.500
Nordeste Soldado Ceará (CE) R$ 5.000 a R$ 6.500
Soldado Bahia (BA) R$ 4.500 a R$ 5.500
Centro-Oeste Soldado de 1ª Classe Distrito Federal (DF) R$ 6.000 a R$ 7.500
Soldado Goiás (GO) R$ 5.500 a R$ 6.500
Sudeste Soldado de 2ª Classe / Aluno-Soldado São Paulo (SP) R$ 4.500 a R$ 5.500
Soldado de 2ª Classe / Aluno-Soldado Rio de Janeiro (RJ) R$ 4.000 a R$ 5.000
Sul Soldado Paraná (PR) R$ 5.000 a R$ 6.000
Soldado Rio Grande do Sul (RS) R$ 4.500 a R$ 5.500

Nota: Os valores acima são aproximados e dependem de reajustes específicos de cada estado. Incluem soldo e as primeiras gratificações.

Adicionais Estaduais (Gratificações)

A diferença salarial entre os estados se deve, em grande parte, à política de adicionais e gratificações estaduais. Os mais comuns são:

  • Adicional de Tempo de Serviço (Quinquênios ou Triênios): Aumentos periódicos a cada 5 ou 3 anos de serviço.
  • Gratificação de Risco de Vida/Periculosidade: Compensa a natureza perigosa da atividade policial e bombeiro militar.
  • Gratificação de Habilitação Profissional: Paga a militares com cursos de formação, especialização e aperfeiçoamento.
  • Adicional de Local de Serviço: Concedido a quem trabalha em locais de maior complexidade, como grandes capitais ou regiões de alta criminalidade.
  • Regime Especial de Trabalho Policial (RETP) ou Equivalente: Uma gratificação significativa em muitos estados (como São Paulo) que remunera a dedicação integral e a disponibilidade permanente.
  • Gratificação por Desempenho: Ligada ao cumprimento de metas de segurança pública.
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A soma do Soldo (Vencimento Básico) com esses adicionais pode, em alguns casos, mais que dobrar o valor da remuneração inicial.

Salários de Outros Postos e Graduações

Para dar uma perspectiva mais completa sobre o salário em outros níveis hierárquicos, veja abaixo algumas estimativas de remuneração bruta para postos de maior responsabilidade nas esferas federal e estadual:

Força/Instituição Posto/Graduação Remuneração Bruta Estimada Nível de Carreira Observações
Forças Armadas (Federal) 3º Sargento R$ 5.000 a R$ 6.500 Praça Intermediária Salário após a Escola de Sargentos (nível médio/técnico).
Forças Armadas (Federal) Capitão R$ 12.000 a R$ 14.500 Oficial Intermediário Oficiais com alguns anos de serviço e cursos de aperfeiçoamento.
PM/CBM Estadual (DF/GO/MG) 2º Tenente R$ 10.000 a R$ 13.000 Oficial Inicial Salário após a formação na Academia de Polícia Militar (nível superior).
PM/CBM Estadual (RJ/SP) Coronel R$ 25.000 a R$ 35.000+ Oficial Superior Posto máximo na carreira estadual, varia muito por gratificações.

Importante: A remuneração cresce significativamente à medida que o militar avança na carreira (por promoção ou cursos). Um Coronel das Forças Armadas, por exemplo, terá um soldo e adicionais consideravelmente mais altos do que os valores iniciais citados acima, podendo ultrapassar R$ 30.000,00 brutos.

Se o seu interesse é um posto ou graduação específica (como Sargento, Tenente ou Coronel), é altamente recomendável consultar o Portal da Transparência do estado ou do Ministério da Defesa para obter os valores exatos assim que forem publicados.

Diferenças entre militares federais e estaduais

Um ponto importante é a distinção entre militares federais (Exército, Marinha e Aeronáutica) e os militares estaduais (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros). Os primeiros são responsáveis pela defesa nacional e seguem normas diretamente ligadas ao Ministério da Defesa.

Os segundos atuam na segurança pública e prevenção de desastres, sob a coordenação dos governadores. Essa diferença impacta diretamente nas faixas salariais, pois os militares estaduais dependem do orçamento de cada estado, o que gera desigualdades regionais.

Perspectivas para os próximos anos

Especialistas indicam que, apesar das melhorias nos últimos reajustes, ainda há uma defasagem nos salários dos militares em comparação com carreiras de Estado semelhantes, como a Polícia Federal ou a Receita Federal. Nos estados, policiais militares reivindicam constantemente aumentos para acompanhar a inflação e o custo de vida. Há discussões sobre novas reestruturações salariais, sobretudo em estados do Nordeste, onde a remuneração ainda é mais baixa.

Os salários dos militares no Brasil refletem tanto a importância estratégica dessa categoria quanto as desigualdades regionais existentes no país. Enquanto nas Forças Armadas os vencimentos seguem padrões definidos nacionalmente, nas polícias e bombeiros militares estaduais há grandes variações conforme o estado.

Além do soldo, uma série de adicionais pode elevar a remuneração, o que torna a carreira atraente para muitos jovens, especialmente pelo prestígio e pela estabilidade.

O futuro dos vencimentos militares dependerá da capacidade do governo federal e dos estados de equilibrarem a valorização profissional com a sustentabilidade fiscal. Ainda assim, a tendência é de manutenção de reajustes periódicos, de forma a manter a atratividade da carreira e o reconhecimento de quem exerce funções essenciais para a defesa e segurança do país.

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