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  • Última modificação do post:19/03/2025
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Os saltos HALO (High Altitude Low Opening – Alta Altitude, Abertura Baixa) e HAHO (High Altitude High Opening – Alta Altitude, Abertura Alta) são técnicas avançadas de paraquedismo utilizadas por forças militares de elite ao redor do mundo.

Esses métodos foram desenvolvidos para permitir infiltrações discretas em territórios hostis, reduzindo a detecção por radares inimigos e maximizando o sucesso de missões secretas.

Quer descobrir o que são e as estratégias dos saltos HALO e HAHO? Confira agora:

Origens e Desenvolvimento

Os saltos de paraquedismo militar surgiram na Segunda Guerra Mundial, quando tropas aerotransportadas precisavam ser lançadas atrás das linhas inimigas. Desde então, a técnica evoluiu para infiltrações altamente estratégicas, como os saltos HALO (High Altitude, Low Opening) e HAHO (High Altitude, High Opening), usados por forças especiais.

Na Guerra Fria, essas técnicas se tornaram essenciais para infiltrações sigilosas, permitindo que tropas chegassem a territórios inimigos sem serem detectadas por radares. Atualmente, forças como os Navy SEALs (EUA), SAS (Reino Unido), BOPE (Brasil) e Spetsnaz (Rússia) dominam esses métodos.

Diferença entre os Saltos HALO e HAHO

Ambos os métodos envolvem saltos de aeronaves em grandes altitudes, muitas vezes acima de 30.000 pés (cerca de 9.000 metros), onde o oxigênio é escasso. No entanto, a principal diferença entre os dois está no momento da abertura do paraquedas:

  • HALO (High Altitude Low Opening): Após o salto, o paraquedista cai em queda livre por uma grande distância antes de abrir o paraquedas a baixa altitude, geralmente abaixo de 3.000 pés (900 metros). Isso reduz o tempo de exposição e torna a infiltração mais difícil de ser detectada.
  • HAHO (High Altitude High Opening): O paraquedas é aberto logo após o salto, permitindo que o operador percorra longas distâncias utilizando correntes de ar. Isso possibilita que as tropas saltem fora da zona de perigo e se desloquem silenciosamente até o local da missão.

Equipamentos Utilizados

Para realizar saltos HALO e HAHO, os operadores precisam de equipamentos específicos que garantam segurança e eficácia durante a missão:

  • Máscara de oxigênio: Essencial para evitar hipóxia devido à baixa pressão atmosférica em altitudes elevadas.
  • Trajes pressurizados: Utilizados em altitudes extremas para proteger contra o frio intenso e a falta de oxigênio.
  • Paraquedas especiais: Modelos direcionáveis que permitem maior controle sobre o pouso e deslocamento aéreo.
  • GPS e navegação tática: Para auxiliar na orientação durante a infiltração.
  • Equipamentos de comunicação segura: Para manter contato com a equipe de apoio em solo.

Benefícios e Desafios dos Saltos HALO e HAHO

Vantagens

  • Infiltração discreta: Reduz a possibilidade de detecção por radares e forças inimigas.
  • Alcance expandido: No caso do HAHO, o deslocamento pode ultrapassar 40 km antes do pouso.
  • Menor vulnerabilidade: Em altitudes elevadas, a aeronave fica fora do alcance de muitos sistemas antiaéreos.
  • Flexibilidade tática: Permite o lançamento de tropas em condições climáticas adversas.
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Desafios

  • Treinamento rigoroso: Apenas soldados altamente treinados conseguem executar esses saltos.
  • Risco de hipóxia e congelamento: Sem o equipamento adequado, a falta de oxigênio e o frio podem ser fatais.
  • Dependência de navegação precisa: Pequenos erros podem resultar em pousos fora do local planejado.
  • Condições meteorológicas adversas: Ventos fortes ou mudanças climáticas repentinas podem comprometer a missão.

Treinamento para Saltos HALO e HAHO

Os operadores que realizam esses saltos passam por treinamentos intensivos em várias etapas, incluindo:

  • Treinamento de paraquedismo básico: Antes de realizar HALO ou HAHO, os soldados devem dominar os fundamentos do paraquedismo militar convencional.
  • Simulações em câmaras de altitude: Para acostumar o corpo às condições extremas de baixa pressão e oxigênio.
  • Práticas em ambiente real: Os militares realizam saltos progressivos, aumentando gradualmente a altitude e os desafios envolvidos.
  • Navegação e comunicação: Treinamento para uso de GPS e coordenação com unidades em solo.

Casos de Uso e Aplicações Militares

Os saltos HALO e HAHO já foram utilizados em diversas operações ao redor do mundo. Alguns exemplos incluem:

  • Missões no Afeganistão e Iraque: Tropas de elite foram infiltradas atrás das linhas inimigas para reconhecimento e eliminação de alvos estratégicos.
  • Resgates de reféns: Forças especiais usaram a técnica para acessar áreas de difícil alcance sem serem detectadas.
  • Operações de sabotagem: Infiltrações em território inimigo para destruir infraestrutura crítica sem alertar o adversário.

Uso em situações de guerra:

  • Operação Neptune Spear (2011) – Durante a missão que levou à captura de Osama bin Laden, equipes de forças especiais usaram infiltração aérea para se aproximar do alvo sem chamar atenção.
  • Guerra do Vietnã – Tropas norte-americanas utilizaram saltos HALO para infiltrar-se em áreas de densa vegetação sem serem detectadas.
  • Operação Red Wings (2005) – A missão dos Navy SEALs no Afeganistão envolveu técnicas de infiltração aérea para monitorar insurgentes talibãs.
  • Forças Especiais Britânicas no Iraque – Soldados do SAS usaram técnicas de infiltração aérea para se aproximar de alvos estratégicos sem alertar forças inimigas.

Outras Técnicas de Infiltração Aérea

Além dos saltos HALO e HAHO, outras técnicas avançadas são utilizadas por forças especiais para infiltração rápida e segura em ambientes hostis:

1. Salto HALO-T (High Altitude Low Opening – Tandem)

Uma variação do HALO tradicional, o HALO-T permite a inserção de tropas com cargas pesadas ou operadores transportando outro indivíduo (como um agente de inteligência sem treinamento em paraquedismo). Esse método possibilita o transporte seguro de equipamentos essenciais sem comprometer a infiltração.

2. Salto LALO (Low Altitude Low Opening)

O LALO envolve um salto a baixa altitude (abaixo de 3.000 pés) e a abertura do paraquedas logo após a saída da aeronave. É utilizado para infiltrações rápidas em zonas de combate quando há menos preocupação com detecção por radar. Essa técnica é ideal para situações que exigem inserção urgente com tempo mínimo de exposição.

3. Técnica de Fast Rope (Corda Rápida)

A técnica Fast Rope permite que soldados desçam rapidamente de helicópteros sem precisar de um paraquedas. Eles usam cordas especiais e luvas resistentes ao calor para deslizar de alturas superiores a 15 metros com rapidez e precisão. Essa abordagem é frequentemente utilizada em operações urbanas e resgates de reféns.

4. Técnica STABO e SPIE

  • STABO (Stabilized Body Harness System): Desenvolvido na Guerra do Vietnã, esse sistema permite que operadores sejam extraídos rapidamente por helicópteros usando cabos presos ao corpo. Essa técnica é útil para evacuações emergenciais.
  • SPIE (Special Patrol Insertion/Extraction System): Similar ao STABO, mas usado tanto para inserção quanto para extração de equipes inteiras suspensas por cabos embaixo de um helicóptero. Isso possibilita infiltração em locais de difícil acesso sem necessidade de pouso da aeronave.
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5. Técnica de Wingsuit Militar

Embora mais comum no paraquedismo esportivo, algumas forças especiais testam o uso do wingsuit para infiltrações discretas. Essa técnica permite que operadores percorram longas distâncias em queda livre antes de abrir o paraquedas, reduzindo a distância percorrida sob velame e melhorando a precisão da chegada ao solo.

Comparação entre Saltos Militares e Paraquedismo Civil

Embora ambos envolvam saltos de aeronaves, há diferenças cruciais entre as técnicas militares e as civis:

AspectoParaquedismo MilitarParaquedismo Civil
ObjetivoInfiltração secretaEsporte e lazer
Altura do Salto10.000 a 35.000 pés (3.000 a 10.500m)10.000 a 15.000 pés (3.000 a 4.500m)
EquipamentoMáscara de oxigênio, traje especial, GPS militarRoupa leve, altímetro, paraquedas convencional
Tipo de AberturaComando manual ou automático em baixa ou alta altitudeManual ou automático em baixa altitude
TreinamentoRigoroso e intenso, com risco de combate após o pousoCurso básico de segurança

Impacto Fisiológico e Treinamento Físico

Os saltos HALO e HAHO exigem preparação extrema devido às condições adversas:

  • Hipóxia: O ar rarefeito em grandes altitudes pode causar falta de oxigênio, tontura e desmaios. Por isso, os operadores usam máscaras de oxigênio e treinam em câmaras hipobáricas para simular a situação.
  • Temperaturas Extremas: Em altitudes acima de 30.000 pés, a temperatura pode chegar a -50°C. Trajes especiais ajudam a proteger contra o frio intenso.
  • Força G e Impacto na Aterrissagem: A alta velocidade da queda e a abertura brusca do paraquedas exigem resistência muscular e controle corporal. Soldados realizam treinos intensivos de força e resistência para minimizar o risco de lesões.

Tecnologias e Inovações Recentes

Nos últimos anos, diversas inovações melhoraram a precisão e segurança dos saltos HALO e HAHO:

  • Paraquedas Inteligentes: Sistemas guiados por GPS ajudam os operadores a pousar exatamente no ponto desejado, mesmo sob condições adversas.
  • Trajes de Alta Proteção: Novos materiais mais leves e resistentes melhoram o conforto térmico e a mobilidade dos paraquedistas.
  • Máscaras de Oxigênio Avançadas: Novos modelos garantem oxigenação eficiente e evitam o congelamento dos pulmões em altitudes extremas.
  • Inteligência Artificial na Navegação: Alguns paraquedistas já testam capacetes com HUD (Head-Up Display), que fornecem informações em tempo real sobre o trajeto e altitude.

Aplicações Civis e Comerciais

Embora originalmente desenvolvidas para fins militares, algumas dessas técnicas começaram a ser usadas no mundo civil:

  • Segurança Privada e Resgate: Empresas de segurança e resgate começaram a treinar agentes para operações de salvamento com técnicas inspiradas nos saltos HALO e HAHO.
  • Esportes Radicais: Algumas competições de paraquedismo extremo utilizam conceitos derivados dos saltos militares para testar a habilidade dos atletas.
  • Exploração e Pesquisa Científica: Cientistas que precisam coletar dados em regiões de difícil acesso, como geleiras e florestas densas, podem usar essas técnicas para chegar ao local sem comprometer a área.

Os saltos HALO e HAHO são ferramentas essenciais para operações militares modernas, permitindo a infiltração discreta e eficaz de tropas em cenários de alto risco. Embora apresentem desafios significativos, seu uso estratégico pode ser decisivo no sucesso de missões críticas.

Com a evolução da tecnologia e o aperfeiçoamento dos equipamentos, essas técnicas continuarão sendo fundamentais para as forças de elite ao redor do mundo, garantindo operações secretas com máxima eficiência e segurança.

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Gabriel Taveira

Sou Gabriel Taveira, redator e entusiasta do mundo militar. Sempre fui fascinado por estratégia, aviação de combate e a rotina dos militares de elite. No Vida Militar, transformo esse interesse em conteúdo, trazendo informações detalhadas sobre treinamento, táticas, tecnologia e histórias que moldaram as forças armadas.